segunda-feira, 3 de maio de 2010
Sobre as origens de uma fortuna ou senta que lá vem história!
Mesmo que o leitor suspeite como a história vai terminar – o que, de certa forma, já é sugerido no subtítulo do livro – The Accidental Billionaires não deixa de ser uma história interessante. A proposta é narrar a criação do Facebook.
É uma conclusão quase lógica. Grandes empreendimentos, seja qual for sua natureza, quase sempre (sejamos justos, vamos dar o benefício da dúvida) envolvem alguma espécie de maracutaia. Até mesmo Steve Jobs, um dos fundadores da Apple, já foi agraciado com uma “emboscada” preparada por seus sócios (ou seria o contrário? Vai saber....).
Então, de um jeito ou de outro, o leitor mais ou menos familiarizado com os boatos obscuros envolvendo gênios, traição e ganância não vai se surpreender com o desfecho do livro de Ben Mezrich. Sim, é o mesmo que escreveu Bringing down the house ou Quebrando a banca, como ficou na tradução para o português.
Mezrich nos conta que o Facebook foi na verdade uma co-criação de dois estudantes de Harvard, o norte-americano Mark Zuckerberg e o brasileiro Eduardo Saverin. Saverin entrou com o investimento financeiro inicial. Zuckerberg, com o conhecimento técnico sobre computação.
Na verdade, Mezrich deixa no ar se a essência do que viria a ser o Facebook – códigos complicados, o conceito de conectar redes de pessoas online, etc – foi mesmo pensada por Zuckerberg. O autor cita logo nas primeiras páginas uma proposta feita ao suposto criador do site por Tyler Winklevoss, Cameron Winklevoss e Divya Narendra, também alunos da mesma universidade.
O trio já tinha encaminhado o projeto de criar um site de relacionamentos cujo objetivo seria arranjar, como se diz nos Estados Unidos, a date. Ou seja, puramente hormonal. Zuckerberg entraria como o programador da empreitada, posto abandonado por um amigo dos Winklevoss e de Narendra. A ele foi dado acesso aos códigos prontos, ao conceito, a tudo.
Zuckerberg se defende dizendo que o Facebook não foi criado com base nos códigos dados a ele pelo trio. E que “não se pode processar os fabricantes de cadeiras só porque o a idéia de seus produtos é basicamente a mesma”.
Nas páginas seguintes, Mezrich narra – às vezes superficialmente – o estouro do Facebook e a forma como Saverin foi passado para trás por seu então melhor amigo.
Aos fatos. The Accidental Billionaires não contou com a, digamos, colaboração de Mark Zuckerberg. Aliás, dificilmente as coisas são narradas no ponto de vista dele no livro. Não tem como saber ao certo se tudo o que é contado naquelas páginas é de fato verdade.
Mas, como foi dito no início desse post, se o leitor já está familiarizado com os boatos de gênio, traição e ganância que sempre rondam os grandes bolsos e cérebros de nosso tempo, a tese de Mezrich não soa tão megalomaníaca. Pode ser que seja a mais pura verdade. Vai saber. A pulga já está atrás da orelha.
Ps: Não, eu não corri direto pro Facebook depois de terminar de ler o livro.
Ps2: Mas sabe o que é muito curioso? Eduardo Saverin tem... um perfil no Facebook! Se ele acessa com frequência não sei, mas que é irônico, ah, isso é!
1 comentários:
Ganha um prêmio (de verdade!) quem conseguir uma entrevista com o Eduardo Saverin.
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